terça-feira, 25 de janeiro de 2011


O trânsito das grandes cidades assusta: engarrafamentos, enormes filas de ônibus, motoristas sem educação que transformam o asfalto, muitas vezes, em misto de hospício e terra sem lei. Situações que levam muita gente, por insegurança, trauma ou frustração, a desistir de portar a carteira de motorista.

Muita gente com fobia de direção chega a ser aprovada no teste, após passar pela autoescola. Mas a habilitação continua ali, guardada a sete chaves na gaveta. "Queria muito dirigir quando era novinha. Tirei a carteira cedo e acabei não pegando tanto o carro. Tinha só um automóvel na minha casa, o que dificultava a frequência", diz Ana Elisa Machado, há 10 anos sem dirigir e sem intimidade com o volante. "Acabei me acomodando. Não renovei a habilitação e acho cada vez mais improvável eu voltar. Fiquei insegura", assume.

A psicóloga Claudia Ballestero Gracindo, especializada em terapia cognitiva e comportamental pela USP, afirma que a confusão, imprevisibilidade e a velocidade costumam assustar as motoristas. Ela atende mulheres com medo de dirigir só que, diferentemente da maioria das sessões de análise, realizadas dentro de um consultório, Claudia acompanha suas pacientes sobre quatro rodas - dentro do carro. Ela faz parte da equipe da Clínica Escola Cecília Bellina, especializada em traumas, medos e insegurança no trânsito.

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